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Pitangueiras

Generalidades

O Brasil durante a Segunda Guerra Mundial, sofreu uma acentuada falta de leite fresco, e as importações eram difíceis; visando atenuar essa situação, os dirigentes do Grupo Anglo uma das maiores companhias internacionais, programaram a formação de uma raça tauríndica.

Usaram como base a raça britânica red poll, mista e tida como rústica, e a guzerá, trazida da Índia, tendo em vista a produção de leite.

Touros red poll foram cruzados com vacas guzerás, dando produtos de meio-sangue. Novilhas 1/2 sangue foram padreadas por touros guzerás, dando os 3/4 guzerás e 1/4 red poll. As fêmeas da segunda geração foram fecundadas por reprodutores red poll, originando mestiços com 5/8 da raça taurina e 3/8 de sangue zebuíno, que receberam a denominação de pitangueiras.

O nome da raça foi tomado da região de origem, conforme a tradição nos meios pecuários: o município de Pitangueiras, interior do estado de São Paulo.

Características

O animal pitangueiras típico é de pelagem vermelha, uniforme, com pequenas variações de tonalidade, podendo ir do vermelho escuro ao caju e vermelho claro. Tem como característica principal o fato de ser geneticamente mocho, isto é, nasce e se mantém sem chifres; não é, portanto, animal descornado ou amochado, embora mesmo nos rebanhos puros possa surgir exemplares com chifres rudimentares ou normais, eventualmente.

A conformação pode variar um pouco, mas normalmente o pitangueiras apresenta aspecto às raças mistas, com predominância da função leiteira. Em alguns rebanhos o tipo leiteiro é mais acentuado, enquanto em outros, os criadores estão selecionando para a produção carne, colocando o leite em segundo plano. Mas a tendência é para a fixação de uma raça leiteira tropical, de produção média, sem grandes pretensões. É o tipo de gado leiteiro para regime de campo.

Dada a sua rusticidade, apresenta certa resistência contra várias moléstias, sendo imunizado contra outras através de vacinas. Como raça de dupla aptidão, apresenta muito bom desempenho no confinamento, demonstrando sua habilidade na conversão de alimentos.

Outra característica é a mansidão dos touros e vacas (se submetem perfeitamente ao regime de ordenha mecânica). Essas qualidades conferem ao pitangueiras condições para a sua expansão em qualquer região do país.

Padrão da raça

A Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Pitangueiras estabeleceu o seguinte como padrão da raça:

- Estatura: média, touros adultos com l,45/1,50 m de altura;
- Pelos: curtos, lisos, finos, brilhantes; cor uniforme vermelha variando do vermelho claro ao caju;
- Temperamento: dócil;
- Cabeça: leve, de perfil retilíneo; fronte larga, ligeiramente achatada, focinho largo com mucosa cremosa ou escura;
- Tronco: musculoso, cilíndrico, de comprimento médio; costelas arqueadas, bem afastadas, dorso e lombo largo, horizontal; tórax amplo e profundo, ventre bem desenvolvido;
- Garupa: larga, longa, horizontal, sacro pouco saliente; bom afastamento entre os ísquios;
- Cauda: bem inserida, longa, achatada na base; vassoura bem recoberta pelos.
- Quartos: membros de comprimento médio bem afastados, bons aprumos; paletas inseridas, com boa cobertura muscular; quarto posterior bem coberto de músculos; jarretes fortes, mas não grosseiros; cascos de tamanho médio, bem conformados.

Cruzamentos

O rebanho é estimado em 70 mil cabeças, quase todos puros, que vem crescendo rapidamente pela multiplicação natural do gado puro e através de cruzamentos, de touros pitangueiras com vacas de quaisquer outras raças ou grau de sangue.

Em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, o gado se adaptou perfeitamente e vem sendo objeto de seleção no plantel puro e na utilização de touros para a padreação ou inseminação de matrizes da raça nelore, com excelentes resultados no tocante ao desenvolvimento ponderal e características econômicas como produtor de carne.

Os criadores que visam a produção de carne, fazem a seleção com o intuito de aumentar o peso do gado, usando touros de maior precocidade e bom desenvolvimento ponderal. O rendimento no corte é elevado, com carne de boa qualidade, sendo tenra e bem marmorizada, idêntica a de outros cruzamentos industriais em voga.

Nas explorações leiteiras, são usados reprodutores pitangueiras na cobertura de vacas mestiças de gado holandês e, principalmente, com fêmeas girolandas e guzolandas, com evidente elevação da produtividade, como resultado de maior heterose, em virtude da participação de três ou quatro raças, constituindo quase um novo tipo de composto.

Ganho de peso e produtividade de leite

Nas Provas de Ganho de Peso, em Sertãozinho (SP), durante vários anos, os pitangueiras deram em média 1.110g de peso diário, posicionando-se bem no confronto com o gado de corte taurino e zebuíno.

Como gado leiteiro, a raça está bem colocada, produzindo leite em regime de campo, que é o mais comum e econômico. A produção média diária, nos grandes rebanhos, é de 9 kg na estação seca e 11 a 12 no período das águas. As boas produtoras dão 4.000 a 5.000 kg por lactação em 300 dias. As vacas continuam a lactação mesmo depois de apartados os bezerros, diferentemente do que acontece com as fêmeas das raças zebuínas, que suspendem a lactação quando morre o bezerro ou delas são separados definitivamente (desmame).

Melhoramento genético

Fundado em 1990, o primeiro Núcleo de Criadores de Pitangueiras (NCP), com sede em Recife (PE), possui hoje um banco de sêmen com mais de quatro mil doses de 20 touros melhoradores; o NCP permite aos associados adquirir animais de alto valor genético e, mediante um cronograma, passam a fazer coberturas nas fazendas, garantindo com isso, aos criadores, o mínimo de investimento e fácil acesso a um rápido e eficiente melhoramento genético de seus rebanhos.

O melhoramento da raça tende a se intensificar através da inseminação artificial e, sobretudo pela transferência de embriões, já em prática em vários plantéis.